Como já dizia há algumas décadas um compositor popular em inspirada canção, “Quem lê tanta notícia?” Jornais e revistas multiplicam-se e recheiam-se de bizarrices, como recurso para chamar a atenção. Livros acumulam-se nas livrarias; editores pagam caro para dispor de espaço nas vitrines. Escreve-se sobre tudo e sobre todos, de biografias de recém-nascidos às regiões acinzentadas das relações sexuais; das mais insólitas idiossincrasias às realidades mais banais. De maneira ainda mais impressionante, a rede WWW continuamente disponibiliza dados cada vez mais abundantes, sobre todos os temas imagináveis. O volume de dados é imenso, a insuficiência no tratamento é a regra, a carência de estrutura é total. Como uma imensa avalanche, os dados ultrapassam os limites de nossa capacidade de informação e simplesmente nos soterram. Prestamos atenção numa frase solta aqui, noutra acolá. Somos convidados a repetir jargões ou palavras de ordem. Não nos tornamos mais sábios; apenas, mais sabidinhos.

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