As imagens de encadeamentos lógicos e de redes de significações são muito frequentes na construção do conhecimento. Quase sempre as acompanha uma visão caricata do ato de encadear e um elogio fácil da ideia de tecer, enredar. Uma vaga ideia de complexidade contribui para tornar as redes objetos do desejo e alimentar slogans ingênuos contra encadeamentos.
Para equilibrar o jogo entre cadeias e redes, cresce a cada dia a força e a importância da ideia de narrativa. Toda narrativa é uma trama bem tecida que instaura uma temporalidade rigorosamente fundada no encadeamento. “A economia perdeu o rumo. O presidente renunciou ao cargo. A crise instalou-se no país”, ou “A crise instalou-se no país. O presidente renunciou ao cargo. A economia perdeu o rumo” são duas narrativas com significados distintos.
As narrativas são como fecundas sínteses entre as ideias de cadeia e de rede. Expulsas como intrusas do baile das redes, as cadeias ressurgem, sedutoras como sereias, nos braços das narrativas.

21/11/2012

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