Ainda que se afirme, em tom de blague, que um otimista é apenas um pessimista mal informado, há pessoas que oscilam entre o otimismo e o pessimismo, ao sabor da catástrofe da vez.

Mesmo entre filósofos que criaram sistemas mais admiráveis, com algum tempero de otimismo no que se refere ao futuro da espécie humana, à prevalência da razão nas coisas humanas, não é fácil encontrar quem não tenha sucumbido, aqui e ali, à descrença na expectativa de tal racionalidade. Nem mesmo Kant parece ter escapado a tal sina: no auge de sua produção filosófica, morreu desencantado com os rumos da Revolução Francesa, em 1804.

 Um aspecto fundamental a ser considerado em tal questão é o da articulação entre as dimensões pessoal e social de tal racionalidade, mas também aí existem disputas. O zoólogo e compositor brasileiro Paulo Vanzolini (1924-2013) dizia, com fina ironia, “adoro a humanidade como um todo, mas de um em um…” Conheço outras pessoas igualmente admiráveis que afirmam exatamente o oposto…

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