É interessante comparar os papéis que a Matemática e os contos de fada desempenham na formação das crianças.
Nas histórias infantis, há uma nitidez absoluta na distinção entre o bem e o mal, o herói e o vilão, a bruxa malvada e a fada madrinha. A vida não é tão simples assim: aborto, eutanásia, clonagem – qual a linha divisória entre o bem e o mal? Para enfrentar a complexidade das situações vitais, precisamos construir previamente um repertório de referências em que a tomada de decisões seja mais simples. As histórias fabulosas divertem e emocionam, mas, sobretudo, fornecem balizas relativas a valores.
Nos problemas que a realidade nos propõe, também não é tão nítida a distinção entre o certo e o errado, o verdadeiro e o falso quanto o é na Matemática. Ao expressar matematicamente um problema, as respostas são assertivas: há o verdadeiro e há o falso, há o certo e o errado, não há muito espaço para tergiversar.
A Matemática e os contos de fada são uma preparação espiritual para a vida.

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