Sentido e significado são palavras frequentemente intercambiáveis; sem preciosismo, esbocemos uma distinção mínima.
A marca do ser humano é a busca do sentido das ações realizadas. Tal sentido é sempre pessoal: aponta para algo fora de nós, mas nasce no fundo do eu. Quando julgo que algo perde o sentido, isto se dá para mim: objetivamente, lá fora tudo pode permanecer inalterado.
Cada evento tem tantos sentidos quantas as pessoas que o interpretam. Tal multiplicidade não impede que eles sejam partilhados, ainda que de modo pessoal, idiossincrático. O significado de um evento é a parte comunicável, e, portanto, partilhável, da diversidade de sentidos a ele atribuídos. Buscar o significado é acreditar que nenhum homem é uma ilha, como expressou o poeta John Donne.
A busca das bases racionais da ação comum, da comunicação, da ação comunicativa é o mote de quem, como Habermas, resiste à pretensão de uma absoluta pulverização dos sentidos, que esvaziaria a vida humana de qualquer significado.

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