A vida é movimento e a energia é a capacidade de produzir movimento. Há muitas formas de produzir movimento, ou muitos tipos de energia. Em sentido industrial, as máquinas são instrumentos para transformar energia de um tipo em outro. As turbinas de uma hidrelétrica transformam energia mecânica em energia elétrica; um liquidificador transforma energia elétrica em mecânica; uma bateria transforma energia química em elétrica, e assim por diante. No mundo contemporâneo, no entanto, os computadores são as máquinas por excelência; eles utilizam energia, elétrica ou química, mas sua função não é bem transformar energia, mas sim informações, ou mensagens. Recebem informações na entrada, são programados para tratá-las devidamente em seus processadores arenosos, e produzem uma mensagem na saída. Ainda que vivamos reclamando da duração das baterias, não é a energia que se situa no foco das atenções, mas sim as informações, inseridas, transformadas, e extraídas. Agora, uma nova concepção de máquina está a surgir: três cientistas europeus receberam o Prêmio Nobel de Química, por terem dados passos relevantes no sentido da construção de “máquinas moleculares”, ou nanomáquinas. São máquinas quase infinitamente pequenas, que tornam o silício de nossos chips atuais uns monstrengos gigantes. Cada ação realizada em um computador atual necessita de um bilhão de átomos de silício, segundo os cientistas; as máquinas moleculares precisariam de apenas umas poucas dezenas ou centenas de átomos. Tais máquinas seriam estruturas quase infinitamente pequenas, que podem realizar tarefas de transporte de elementos entre as nanopartículas, assim como realizar tarefas sobre elas, como conectar aminoácidos, funcionando como nanorobôs. Tais equipamentos realizam seus movimentos controláveis pelos cientistas à medida que recebem…energia. É simples assim: as nanomáquinas recebem voltam a ser concebidas como transformadores de energia. O tipo de energia capaz de ativar os nanorobôs ainda não está em discussão. No momento em que aos processos mentais forem associadas formas de energia, e elas passarem a ser utilizadas para movimentar as máquinas moleculares, estaremos, quem sabe, nos aproximando mais um pouco da compreensão do significado da espiritualidade, da força da mente, do poder da oração… enfim, dessas coisas que a ciência costuma, não poucas vezes, menosprezar.

*********SP 6-10-2016

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