“Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo”, diz o cantor popular. Não existem duas pessoas, nem mesmo duas coisas iguais em tudo. Rigorosamente, a ideia de igualdade é vazia, ainda que recorramos frequentemente a ela, em diferentes contextos, da matemática à economia, da ciência aos direitos humanos.
A palavra “igualdade” traduz, de fato, a ideia deequivalência, ou seja, de igualdade naquilo que vale, no que realmente interessa. Explicitar o que importa em cada contexto é estabelecer uma relação de equivalência. Duas notas de 100 reais são iguais em seu poder de compra, mas, quando um banco é roubado, a numeração das cédulas é decisiva para fazer a diferença.
Duas pessoas são iguais perante a lei, mas são diferentes nos papéis que desempenham, nos projetos que perseguem. A evidência das diferenças pessoais não elide o fato de que, no que diz respeito à dignidade, duas pessoas são sempre iguais. A dignidade é o fundamento da equivalência entre todos os seres humanos.

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