Apesar da atual onipresença, Tecnologia é uma palavra que surgiu apenas no século XVIII; quando se fala em “tecnologia dos Incas”, por exemplo, trata-se de uma retrojeção de categorias do presente. Simplesmente não existia tal palavra na Grécia Antiga. Havia o logos, havia a técnica, mas não havia o logos da techné, o estudo sobre a racionalidade técnica, a compreensão de seu significado e de seu uso.

Não obstante tal fato, paira no ar uma suspeita: para a maior parte da população, a tecnologia é cada vez menos logos, cada vez mais techné. A técnica nos invade de modo mágico, com poucas situações de real compreensão. Frequentemente somos convidados a participar como meros usuários.

Especialmente na Informática, entendida como a rede de tecnologias da informação e da comunicação, tal síndrome parece cada vez mais evidente. É necessária, no entanto, certa cautela. Afinal, muita fama não impede alguém de ser infame, e, como nos lembra Lya Luft, mesmo com a informática, o mundo é informe…

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