A tarefa mais primária que compete ao professor é a mediação de conflitos; não nos referimos a brigas, mas a conflitos de interesse.
As disciplinas escolares têm programas, que estabelecem a priori o que os alunos devem estudar; estes, por sua vez, têm interesses que usualmente discrepam dos que são propostos pela escola. Ao professor cabe, liminarmente, aproximar tais perspectivas, por meio do descortino para questões significativas, da sensibilização para relações sugestivas, da negociação das metas almejadas por ambas as partes.
Não é factível o caminho da imposição dos conteúdos programáticos, nem o é a submissão acrítica aos desejos dos alunos. O ponto crucial da mediação é o fato de o professor buscar uma fusão de horizontes por meio da argumentação, da negociação, abdicando da legítima autoridade inerente à função docente. Ao mediar, o professor aposta na ação comunicativa, no acordo regulado por normas, construindo no universo da sala de aula uma efetiva situação ideal de fala.

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