O livro didático é o aliado natural do caderno na construção do conhecimento. Conhecer é conhecer o significado e somente se chega ao significado por meio do sentido. O sentido é pessoal, idiossincrático, mas os múltiplos sentidos interceptam-se, incluem regiões comuns, percebidas por todos, ou a vida em sociedade seria impossível.

Na escola, é crucial a articulação entre as diferenças pessoais e a necessária racionalidade na partilha de interesses com os outros. Iguais como cidadãos, somos diferentes como pessoas, e gostamos disso, mas a pessoalidade não subsiste sem a cidadania.

O caderno é o espaço dos registros pessoais, é diferente para cada aluno; o livro é o lugar dos significados a serem partilhados. O livro não pode mimetizar o caderno, ou se descaracterizaria como instrumento; simetricamente, é pobre o caderno que se limita ao registro do que está no livro.

A compreensão do papel do livro didático passa, portanto, pela valorização dos registros pessoais, pelo papel do caderno.

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