Houve tempo em que “Ler, Escrever, Contar” representavam as competências pessoais esperadas ao final da escola básica. O rótulo “analfabeto” referia-se essencialmente a quem não sabia ler ou escrever. A língua materna e a matemática compunham o elenco mínimo de disciplinas a serem estudadas. Hoje, tal visão simplificada já não predomina, e a ideia de analfabetismo foi ampliada. Podemos ser “polianalfabetos”, ou analfabetos em muitas temáticas: na língua, na matemática, nas tecnologias, na política, nas ciências… Na feliz expressão de Paulo Freire, a escola precisa ensinar a “ler o mundo”, o que passa, necessariamente, pelo ensino de ciências, humanas e naturais. Parece consensual, no entanto, que o ensino de ciências na escola situa-se bem longe de uma condição satisfatória. Pesquisas qualificadas indicam a falta de uma alfabetização em ciências, de um mínimo de letramento científico em parcelas expressivas da população. Em tal cenário, não é possível uma formação pessoal consciente.

 

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