Em seu uso comum, a palavra “perfeito” indica um superlativo: diz-se de algo que foi feito da melhor maneira possível. Referida a aspectos parciais da vida humana, sobretudo técnicos, não causa estranheza: falamos de um relatório perfeito, uma jogada perfeita, um diagnóstico perfeito etc. Mas quando entra em cena a totalidade do ser humano, a perfeição cede lugar à ideia de perfectibilidade.
Cada pessoa atua e deve ser avaliada pela totalidade do espectro de competências e valores que a constitui. Enquanto vivemos, permanece aberta a possibilidade de crescimento em todas as dimensões. Ter dado o melhor de si não é suficiente para justificar nossas ações, mas nenhum comportamento é eticamente aceitável se não fazemos o melhor possível, em cada situação.
Quando se trata de valores, a fé na perfectibilidade é crucial no caminho para nos tornarmos uma pessoa melhor. Não importa que a perfeição não exista: as utopias também não existem, mas são imprescindíveis para alimentar nossos projetos.

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