Nos últimos anos uma máxima educacional parece consolidar-se: boas questões em exames exigem um enunciado com um contexto.
Nada contra tal pretensão, mas ela merece uma crítica da própria ideia de contexto. Tem sido muito comum uma compreensão excessivamente simplificada do tema.
Um primeiro desvio é o fato de que “contexto” não significa necessariamente “aplicação prática”. Os contos de fadas sempre apresentam contextos interessantes para as crianças, e eles não têm as supostas características prático-utilitárias.
Um segundo desvio é a compreensão da palavra “contexto” como uma forma sincopada de “com muito texto”. Frequentemente, a busca de um contexto tem tornado os enunciados das questões demasiadamente longos ou cansativos. Ao enveredar por tal desvio, os formuladores de questões não se dão conta de um fato fundamental. Nada parece mais dependente de um contexto do que uma piada. Sem um cenário de circunstâncias, o riso não advém. No entanto, as melhores piadas são as mais curtas.

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