É natural certa antipatia pelos apáticos, e certa empatia com os simpáticos. A vida é muito interessante, e a falta de entusiasmo, a desilusão, a apatia, ou são circunstanciais e efêmeras, ou são luxos de minorias. A valorização dos sentimentos opostos está na raiz de tal antipatia.  A simpatia, no entanto, merece atenção especial.
Ser simpático, acolher os sentimentos do outro, partilhando suas dores e alegrias, pode ser indício de civilidade e abre o caminho para relações menos periféricas. Mas o outro permanece o outro. Solidarizamo-nos com a vitória de seu time, mas continuamos a torcer pelo nosso.
Na empatia, no entanto, a identificação com o outro é tal que queremos o que ele quer, seus sentimentos alimentam simbioticamente os nossos, suas dores e alegrias convertem-se em nossas, e chegamos até a torcer pelo time do outro.
Naturalmente, tanto quanto a simpatia, a empatia é apenas a porta de entrada para relações mais profundas: o outro será sempre o outro, ou reinará a hipocrisia.

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