Um jogador erra uma jogada de efeito e é criticado pela torcida: “Não inventa!” Ao conduzir o filho à escola, o pai adverte: “No caminho, não fale com estranhos”. Uma sugestão para alterar uma rotina no trabalho é recusada pelo chefe: “Não se mexe em time que está ganhando”.
Nos casos citados, a melhor das intenções pode dar lugar às piores conotações do conservadorismo: limitar-se a fazer o mínimo exigido, não procurar conhecer mais do que já se conhece, acomodar-se ao que usualmente já se faz. Rigorosamente seguidas, tais recomendações levariam ao congelamento geral da vida.
Incentivar a criatividade, valorizar a abertura para o outro, manter sintonia fina com as circunstâncias, reconhecendo que a mudança pode ser necessária até para permanecermos no mesmo lugar, são contrapontos a tais supostas máximas.
A transformação ou a conservação não são intrinsecamente positivas ou negativas. E não nascemos com um “Manual do Fabricante”: o discernimento a respeito é construído na lida diária.

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