Se todo afaneu é zaragó, e todo zaragó é chumpitaz, concluímos logicamente que todo afaneu é chumpitaz. Não importam os significados dos termos envolvidos: a conclusão decorre inexoravelmente das premissas. Por mais que saibamos que existem pessoas desonestas, não podemos concluir tal fato a partir da evidência de que existem pessoas ricas e existem ricos desonestos.
A lógica não trata da verdade ou da falsidade de frases isoladas, mas sim da natureza do nexo entre a suposta verdade das premissas e a conseqüente verdade da conclusão. Podemos decidir sobre a validade ou a incoerência de uma argumentação sem conhecer o tema em pauta, mas quem argumenta defende a verdade de sua conclusão, tendo por base a verdade das premissas escolhidas.
Mesmo a verdade das premissas sendo apenas suposta, uma argumentação lógica nunca se reduz a mero jogo formal. A racionalidade humana tem a verdade como uma premissa tácita. Sem a expectativa da verdade, a lógica perambula e a racionalidade torna-se vazia.

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