Analisando o mar de pesquisas acadêmicas atualmente produzidas, é possível constatar algumas de suas mazelas, sete das quais serão aqui apontadas.
A primeira é a superestimação do papel da metodologia, que funciona como um esconderijo para o conteúdo da pesquisa.
A segunda é a artificialidade do referencial teórico, que se torna um atestado de óbito independente do defunto.
A terceira é o abuso da linguagem técnica, o que dificulta a compreensão de quem não é cúmplice da investigação.
A quarta é o recurso à quantificação como uma camuflagem, enfatizando a máxima absurda de que “os dados falam por si”.
A quinta é a opção pela caricatura do que se pretende criticar, o que facilita a obtenção de resultados, mas a torna inócua.
A sexta é a fixação de objetivos excessivamente modestos, o que “condena” a pesquisa a ser bem sucedida, mesmo as irrelevantes.
A sétima é o número exagerado de citações, o que torna a pesquisa um repertório de ecos, ou de ecos de ecos: a voz do autor sequer é percebida.

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