Simpatizamos ou antipatizamos com uma causa de modo intuitivo, como uma gestalt: A partir daí, buscamos razões para tornar consciente a escolha, ou para reconsiderá-la. A racionalidade dos argumentos torna nossas opções defensáveis e é condição de possibilidade do entendimento, da vida social, da ação comunicativa. A força do argumento é contraponto da força física, é um antídoto para a violência. Como quase todos os remédios, no entanto, se usada de modo inadequado, a argumentação também pode envenenar.
Sobre tal fato, Nietszche cunhou um belo aforismo: “A maneira mais pérfida de combater uma causa é defendê-la com um péssimo argumento.” Simetricamente, diante de uma defesa inconsistente, tendemos a refutar a causa que se advoga, em vez de recusar o argumento oferecido, mantendo a porta aberta para outras formas de convencimento.
Para semear a confiança na força da palavra, é imprescindível a qualidade da argumentação: uma derrapada lógica pode nos levar diretamente do céu ao inferno.

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