Manchetes espetaculares anunciam nos jornais que 25% dos professores brasileiros formam-se em cursos de baixa qualidade. Analistas e educadores ressaltam a negatividade do fato. Cursos de formação de professores são execrados. Tudo, no entanto, pode não passar de uma interpretação inadequada das avaliações, nada significando em termos efetivos.
Um raciocínio simples revela que tais manchetes registram algo tão banal quanto o fato de que 50% dos valores de uma amostra são menores ou iguais à média. De fato, como os resultados da referida avaliação foram organizados em torno da média, dividindo-se a amostra em quatro partes de 25%, em qualquer situação, ter-se-á 25% da amostra no último quartil, ou seja, entre as escolas mais fracas. Mesmo que as escolas sejam muito boas e a média seja alta, sempre haverá as melhores, as médias e as mais fracas.
Tais manchetes afirmam mera tautologia: as escolas mais fracas situam-se entre as mais fracas. Como diria Shakespeare, é muito barulho por nada.

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