Os jornais de ontem já não nos interessam mais. Os eventos mais escandalosos precisam ser novos para nos chocar. As informações mais bombásticas logo perdem o viço. A efemeridade é a marca da informação.
Outra é a natureza do conhecimento. Ele se faz com informações, mas elas devem ser tramadas, tecidas, engenhosamente arquitetadas. O conhecimento pressupõe o significado, que nasce de histórias bem contadas, de narrativas fabulosas. As informações veiculadas em O Gato de Botas ou A Roupa Nova do Rei nada nos acrescentam; tais narrativas, no entanto, ensinam algo permanente, atemporal.
A passagem das informações ao conhecimento é misteriosa como o pulo do gato. O mero acúmulo de informações não nos torna sábios, apenas sabidinhos. A sabedoria não prescinde do mapeamento do que é relevante e o descarte do que não é essencial.
As informações são como as notas; o conhecimento é como a música. Mais do que de um estoque de notas, um compositor precisa de engenho e arte para criar uma melodia.

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