Ter ilusões é querer jogar o jogo da vida. As ilusões inspiram e alimentam nossos projetos e nos lançam para frente. Ter ilusões é sonhar com metas, que se descolam dos fatos e tangenciam a ficção; mas é também projetar ações para animá-las.
Sem ilusões, não casamos, não temos filhos, nem nos tornamos professores: a docência pressupõe a fundamental ilusão pelo outro. A consciência dos riscos, inerentes a todos os projetos, deve apenas temperar a expectativa da realização, nunca minar a ilusão. O espaço do risco é o mesmo da realização pessoal, da criação.
O futuro é tecido pelos projetos que arquitetamos e eles são tributários de nossas ilusões: sem ilusões, não existe o futuro. A fecundidade da ilusão, no entanto, é sutil e delicada. Quando um evento crucial nos faz entrar em crise ou duvidar do sentido da vida, sustentamo-nos nos projetos que já realizamos e não nas ilusões que um dia já tivemos. Não vivemos sem ilusões, mas não vivemos de ilusões. Viver é sonhar, projetar, realizar.

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