Já houve tempo em que cabeça grande era sinal de inteligência, tanto na ciência de pesquisadores como Brocas, com sua craniometria, quanto na canção popular. Tal ideia, hoje sabidamente absurda, não impede que o diagnóstico da microcefalia tenha por base a medida da circunferência craniana. O estudo das linhas das mãos já constituiu uma temática de uma quase ciência, a quiromancia; hoje, não tem guarida no rol de conhecimentos cientificamente aceitáveis, mas  as impressões digitais, absolutamente pessoais, há muito são utilizadas como meios objetivos para a identificação das pessoas, e, com idênticas funções, recorre-se também às impressões das palmas das mãos, com suas mal traçadas linhas.  O estudo de tais modalidades de caracterização/identificação de uma pessoa por meio de medidas associadas a partes específicas do corpo humano está se constituindo como uma ciência, a Biometria. Além das impressões digitais ou palmares, outra vertente biométrica é o reconhecimento ocular, com o mapa das veias no fundo brancos do olhos. Em entrevista recente (FSP, 9/10/2016), o vice presidente da USAA, empresa que cuida da segurança em transações bancárias, afirmou que “a senha está morrendo”, e concluiu reiterando que não podemos confiar nas informações de identificação fornecidas pelas pessoas, é preciso recorrer à e confiar na Biometria”. Esta é precisamente a questão: não confiamos nas pessoas, mas confiamos cegamente na suposta ciência biométrica, mesmo conscientes de suas ambiguidades. Parece um verdadeiro absurdo associar as peculiaridades da vida de uma pessoa a impressões digitais ou palmares, mas uma associação similar a pedaços específicos de uma espiral de DNA, parece natural. Em outras palavras: não cremos em bruxas, mas temos certeza de que elas existem,

*******10/06/2016

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