A presença dos jogos de azar em diferentes épocas e culturas é uma invariante absolutamente intrigante. É certo que, onde reina a aleatoriedade, não se pode ganhar sempre; mais certo ainda é encontrar quem duvide, ou se ache acima disso.

Por óbvio que pareça, a vigência da aleatoriedade mina a responsabilidade: ganhar não depende apenas do jogador. Mas há os que acreditam na perenidade da sorte, das circunstâncias fortuitas. Em alguns poucos lances, posso apostar na cara contra a coroa, ou na face 2 contra a face 6, mas também devo saber que, quanto maior o número de lançamentos, mais nos aproximamos da certeza do ½, ou do 1/6… A Lei dos Grandes Números é implacável: o jogo se alimenta de retornos imediatos; a longo prazo, todos estaremos mortos.

Eis, então, a parte menos atraente dos jogos de azar: a inconstância da sorte. Buscar causalidade em espaços de correlações e sincronicidade, ou em que a sorte vige, exige doses iguais de sutileza e de ingenuidade, de esperteza ou de burrice.

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