No que se refere ao conhecimento, o rótulo de “construtivista” há muito perdeu a cor. Desde o debate entre Piaget e Chomsky (Paris, 1975, Centre Royaumont), publicado em 1983 no livro Teorias da Linguagem/Teorias da Aprendizagem, todos somos construtivistas.
Não se trata de igualar as perspectivas em confronto, que são diferentes formas de compreender como conhecemos. O mérito do debate foi o deslocamento das atenções para o que realmente importa, que é o modo como o conhecimento é construído. Para Piaget, haveria um isomorfismo entre a organização das ações e a organização das ideias; para Chomsky, as ações seriam fundamentais, mas seu papel seria como o do motor de partida do automóvel, nada tendo de similar com um motor a explosão – a mente humana.
Cada forma sistemática de conceber como se constroem significações corresponde a uma imagem do universo. Não podemos prescindir de tais construções. Nas Ciências, nas Artes ou na Cultura, o grande desafio é promover um diálogo entre elas.

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