A frase aristotélica é emblemática: Virtus in medium est. Comumente traduzida por “a virtude está no meio”, ela conduz a máximas como “nem 8, nem 80”, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”, entre outras. Uma variante, em linha direta com a reflexão aristotélica, é a ideia de que a virtude está no equilíbrio, na média das posições que se opõem. A grande dúvida, no entanto, é: que tipo de média?

A média aritmética, ou seja, situar-se exatamente no meio entre os dois extremos em disputa, nem sempre é a melhor saída. Levar em consideração as distintas dimensões dos polos que se opõem conduz à ideia de média ponderada, que desloca a pretensão de justiça para a devida fixação dos respectivos pesos das ideias. Mas a situação não se esgota aí, existem outros tipos de média, muito diferentes da aritmética: a média geométrica, que pune a grande discrepância entre os termos em mediação, a média harmônica, com sua articulação peculiar entre o espaço e o tempo, entre outras. Qual a mais “virtuosa”?

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