Às margens do Sena, operários sem trabalho, ou sem trabalhar por decisão consciente, em razão de dificuldades no relacionamento com os patrões, reúnem-se em uma praça, a Place de Grève. Nos albores do século XIX, tais rupturas dificilmente ultrapassavam os limites das confrontações simbólicas, e o retorno ao trabalho nem sempre era glorioso.

A ideia de greve alimenta-se do valor do trabalho: se as relações trabalhistas ou as condições de trabalho não são justas, cessa-se o trabalho, o recurso maior e mais valioso do trabalhador. A meta efetiva deveria ser a valorização explícita do trabalho; sem ela, as greves são ineficazes.

Para legitimar a greve, um ponto crucial é o alvo da paralisação. O operário parado prejudica diretamente o patrão, e apenas indiretamente, pela eventual escassez de produtos, a população em geral. No caso de profissões como médico, professor, juiz, ou do servidor público em geral, ao cruzar os braços, o prejuízo imediato é da população. Isso faz toda a diferença.

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