A Esperança decorre da Fé; a recíproca não é verdadeira. Não se resume à espera, pressupõe envolvimento, ação tácita, atuação sutil. A Esperança é um misto de coragem e temperança. Seu oposto é o desespero, ou o desequilíbrio entre tais polos, o que conduz ao desatino ou ao desamparo. Em ambos os casos, predominam a desilusão, a descrença no sentido da existência, a inapetência para o jogo da vida. Temos Esperança porque alimentamos a Fé no sentido. Não vivemos de Esperança, mas não vivemos sem ela, que é condição de possibilidade de qualquer projeto. Projetos condenados ao sucesso não são projetos: o risco sempre está presente. Na labuta diária, fazemos a nossa parte e torcemos ou rezamos: avivamos a esperança. Perder ou ganhar partidas são contingências da vida. Perder a Esperança, no entanto, é abrir uma fenda por onde se esvai a Fé, e com ela, a sentido último de nossas ações. Diz-se que a Esperança é a última que morre justamente porque, sem ela, não existe vida em sentido humano.

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