A fragmentação do conhecimento é a regra. A multiplicidade de disciplinas explode ao final do ensino médio, ocupando as mentes adolescentes. Plenas de vida em sentido pleno, elas buscam significado para as ações que projetam, mas ele não se revela nos cacos de um vaso despedaçado cuja integridade não se conheceu. O esfacelamento disciplinar é como uma paráfrase da máxima marxista: o que era sólido desmanchou-se no ar. Se a rigidez iluminista incomodava mentes mais humildes, a pós-modernidade reduziu todas as certezas a pó, esvaziando o sentido das ações ordinárias. Valores fundamentais para a estruturação da vida perderam o sentido; atualmente, há pudores até ao falar-se do sentido dos vetores.
Como um recado para desafiar desilusões irresponsáveis, pensadores como Bauman apostam numa razão líquida, que perderia a rigidez, mas conservaria o volume. A submissão à forma do recipiente revela os limites de tal metáfora: na construção do significado, existem ideias e estruturas fundamentais.

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