Em sentido humano, a vida é ação: ação que transforma, ação que conserva.
Continuamente enfrentamos situações que exigem discernimento entre o que deve ser mantido e o que deve ser mudado, tanto no que se refere a hábitos quanto em relação a normas que regulam a vida social.
Projetamos algo, mas a análise das ações necessárias nos paralisa. Buscamos o novo, mas não gostamos de abdicar do velho. Desejamos a transformação sem o desconforto da mudança. Queremos a omelete, mas resistimos a quebrar os ovos.
O fato, no entanto, é que não existe transformação sem conservação. O novo enraíza-se no velho, mesmo quando o nega ou transcende. Não existem projetos sem metas eleitas em cenário de valores, o que sempre traduz conservação.
Por outro lado, dado que a vida é chama, cada instante a ser vivido é sempre novo; consumimo-nos continuamente, a vida não se conserva.
Escapamos da síndrome da omelete a partir da consciência de que o ovo permanece na omelete: ela é a nova forma e o nome novo do ovo.

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