Vivemos a volúpia do consumismo. O fascínio pelo novo associa-se à obsolescência planejada e, juntos, declaram o irracionalismo do conserto, a racionalidade do descarte.
Nas compras, papéis, embalagens com muito capricho duram muito pouco, logo viram lixo. Nas praças de alimentação, o desperdício é de dar aflição. Roupas, celulares, computadores e mesmo automóveis são trocados mais pelo fastio do que pela necessidade.
Quase tudo que usamos poderia durar mais. Os novidadeiros que me desculpem, mas conservar é fundamental. Tentar consertar algo que se quebra ou que para de funcionar nos faz entender melhor sua função, seu funcionamento. É tão natural cuidar de um braço fraturado quanto de um objeto quebrado ou de uma amizade abalada. Um mesmo fio interliga o carinho pelas coisas, pela natureza, pelos animais, pelos seres humanos. Nem sempre o novo é melhor que o velho.
Ao fazer as coisas durarem mais, combatemos a violência do desperdício e preservamos os recursos vitais. A vida agradece.

24/10/2012

No comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *