Quando a autoridade política se imiscui no terreno da Educação familiar, a anomalia gera um sentimento de desconforto. Há quase um século Dewey já nos lembrava que Democracia e Educação são atributos inseparáveis. A escola e a família, no entanto, não são democracias. A busca permanente do diálogo não pode elidir a assimetria nos papéis representados por pais ou docentes e filhos ou alunos; não há espaço, aqui, para o exercício de regras da maioria. Rousseau distinguiu com nitidez as autoridades familiar e política, dedicando a cada uma delas uma obra inteira (EmílioO Contrato Social, respectivamente).
Não obstante tais fatos, é muito frequente, em ações políticas, certa intenção educadora: a lei que pretende proibir palmadas de pais em filhos é apenas um exemplo.
Ao Estado cabe prover de normas e meios a Educação Básica, sob a responsabilidade da escola e da família. Mas o exercício da autoridade política pressupõe um povo educado. Todo Estado “educador” é essencialmente autoritário.

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