A tecnologia é um poliedro de mil faces, algumas assustadoras, outras muito sedutoras. A cada dia um novo produto surge no cenário, com uma mensagem tão atraente quanto enganosa: “o novo é melhor que o velho”, “o novo é melhor que o velho”… Como se não fosse parte da cultura de onde emerge, a tecnologia renega o deus Janus e cultua apenas o futuro.
Ao aceitar o bônus da sedução, a tecnologia assume o ônus do inescapável risco: amor e ódio tangenciam-se, aqui e ali. Uma maioria de entusiastas convive com um grupo crescente de enfastiados e com o radicalismo de uns poucos que rejeitam as formidáveis ferramentas.
Nada parece mais extemporâneo, no entanto, do que a discussão sobre o uso ou a recusa da tecnologia. Como a técnica nos primórdios da civilização, a tecnologia encontra-se disseminada na sociedade. Sem qualquer melancolia, resta-nos avançar na consciência do significado de sua presença.  Se o fascínio automático é típico de neófitos, a recusa sistemática é, sem dúvida, patética.

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