A oposição elite/massa parece tão ingênua quanto sua irmã gêmea, a identidade/diferença. Iguais como cidadãos, somos diferentes como pessoas, e não há nisso nada de complexo ou paradoxal.
Em todas as épocas e culturas, é possível distinguir uma minoria dirigente e uma maioria de cidadãos. Limitado pelas demandas do cotidiano, o homem comum tem participação limitada pelo sistema de representação, abdicando do exercício direto do poder político.
Há diferentes critérios para a caracterização das elites, e todos podem ser facilmente corrompidos: a elite política, pela massificação dos partidos; a elite intelectual, pela tecnocracia; a elite econômica, pelo poder de compra do dinheiro.
A existência de uma democracia não está associada à inexistência de elites, mas sim ao modo como ascendem ao poder.  Ao longo da História, as Revoluções conduziram apenas à substituição de uma elite dirigente por outra.
Das mais temerárias é a elite de funcionários públicos, controladores da burocracia estatal.

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