Cada ser humano é único, singular; como falar, então, em homem “comum”? Três são os sentidos principais.
Em primeiro lugar, “comum” é o universal em sentido ontológico: homo laborans, homo faber, homo loquens, homo ludens, homo sapiens, homo ridens,  zoon racionalis, zoon politicus etc. Nesse sentido, “comum” advém da racionalidade lógica e denota o genérico, o essencial.
Em segundo lugar, “comum” é o que é tornado uniforme em sentido econômico: a internacionalização da produção conduz à padronização nos gostos, à submissão ao “deus” mercado. Nesse sentido, o “comum” origina-se na operacionalidade do sistema produtivo.
Em terceiro lugar, “comum” é o que partilhamos com os outros por exigências políticas da vida em comunidade. Nesse sentido, o “comum” aponta para o coletivo e nasce da oposição entre o público e o privado.
Quando o logos é ditado pelo econômico, o uniforme impõe-se como universal, o público sufoca o privado e o homem “comum” pode tornar-se um monstro frankensteiniano.

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