Na vida e nas avaliações, há situações ou questões que podem ser consideradas parcialmente corretas, e outras que somente admitem acerto total ou erro absoluto. As primeiras podem ser chamadas de “analógicas”; as segundas, de “digitais”.
Tristeza e cordialidade são situações analógicas; gravidez e honestidade são, naturalmente, digitais.
Uma viagem em que pretendíamos conhecer 5 países e visitamos apenas 4 deles foi parcialmente bem sucedida; mas se, em uma viagem de 3h, ocorre uma pane fatal no avião 3 minutos antes da aterrissagem, seria grotesco afirmar que “a viagem foi mais de 98% bem sucedida”.
De um processo de avaliação envolvendo 3 milhões de alunos, em que se admite a quebra de sigilo para apenas 30 inscritos, não se pode dizer que o índice de sucesso foi de 99,999%.
Na vida e nas provas, questões analógicas e digitais costumam estar misturadas, mas distingui-las é fundamental. Contentar-se com acertos parciais em determinados temas não é sinal de tolerância, mas de leniência.

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