A frase de Heráclito é sugestiva: “O caminho para cima e para baixo é um e é o mesmo”. Em latim, altussignifica tanto alto quanto profundo. Nossa disposição decidirá se um copo está meio cheio ou meio vazio. A vida pode parecer plena ou carente de sentido, se nos interessamos pelo brilho das estrelas ou pelos desastres e abismos.
A expectativa de ascensão ou de descida relaciona-se com a sala de aula. O caminho é descer das alturas conceituais e apresentar aos alunos os temas de modo compatível com seu nível de compreensão? Ou é instigá-los a subir, a experimentar a vertigem das alturas, o sabor dos desafios bem postos?
Naturalmente, não se trata de uma escolha excludente: o conhecimento precisa de disciplina para ser trazido à sala de aula, mas nada pode ser mais deletério na ação do professor do que subestimar a capacidade dos alunos.
Na dúvida sobre os limites da simplificação ou do desafio, a lembrança de Montaigne pode ajudar: “anda-se mais seguramente na subida do que na descida”.

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